BR-287 está cheia de buracos no trecho entre Santa Maria e São Pedro do Sul

Trafegar pelas rodovias da região central do Estado tem se tornado uma dor de cabeça para os motoristas. As preocupações vão além de danos materiais aos veículos, ocasionados pela má conservação das estradas. Quem precisa pegar a estrada teme os riscos que estão encrustados no chão. Os buracos aumentam, e muito, a chance de acidentes. Depois de receber reclamações de condutores que utilizam as rodovias, o Diário está conferindo a situação das estradas e, a partir desta quarta-feira, apresenta uma série de reportagens sobre as vias que ligam Santa Maria às cidades da região.

A primeira delas, que é apontada por motoristas como a pior delas, é a BR-287, entre Santa Maria e São Vicente do Sul. O primeiro trecho, de 88 quilômetros, para quem sai do Coração do Rio Grande em direção à cidade vizinha, está um caos que mistura buracos de pequeno e médio porte com crateras profundas no meio da pista, principalmente no caminho entre as cidades de São Pedro do Sul e Mata.

Já para quem dirige de Santa Maria para São Pedro Sul, a situação é diferente. As chuvas intensas que atingiram o Estado abriram diversas crateras, e os tapa-buracos entraram em ação para solucionar paliativamente os problemas. Amenizou para quem trafega nesse sentido. Porém, quem tiver de percorrer o sentido contrário ainda irá deparar com muitos buracos.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) diz que está agindo para garantir a manutenção das rodovias federais, mas as melhorias estão diretamente ligadas ao clima. Ainda, conforme o superintendente regional do departamento, João Carlos Tonetto, uma empresa foi contratada e está atuando desde o último sábado na manutenção e restauração da estrada.

De acordo com ele, nas próximas semanas, os buracos serão tapados de forma emergencial de Santa Maria a São Vicente do Sul. Porém, a empresa terá dois anos para resolver todos os problemas da rodovia, conforme acordado no contrato. Entre os itens, estão os recortes de trechos problemáticos e novo pavimento, sinalização, troca de placas de trânsito, desobstrução da via para melhorar o escoamento da água, além das pinturas em pontes, entre outros.
- Decidimos atuar de forma emergencial agora, mas o contrato de manutenção é por dois anos. Esse é o tempo que a empresa tem para deixar a rodovia  em plenas condições - explica o superintendente regional.

Motoristas querem soluções imediatas

Quem usa diariamente a rodovia afirma só querer melhores condições de trafegabilidade. É o caso do caminhoneiro Aldomar Butzke, 43 anos, que, todos os dias, transita entre Santa Maria e São Pedro do Sul. Segundo ele, independentemente de chover ou fazer sol, o trabalho o obriga a encarar a estrada. E a buraqueira.
- Essa estrada está um caos. São buracos por todo o trajeto e, volta e meia, é preciso parar para conferir se não estragou nada no veículo - conta Butzke, que, na tarde de segunda-feira, estava parado em uma borracharia conferindo os pneus.

Os tapa-buracos são medidas emergenciais e não se pode contar sempre com este recurso, explica o engenheiro civil, especialista em pavimentação, Juliano Gewehr. Para ele, os problemas de buraqueira são ocasionados justamente porque se investe só em manutenção corretiva, e não em preventivas.
- Hoje se aposta muito em medidas paliativas, como tapa-buracos. Mas é preciso prevenir e não corrigir, após o estrago estar feito. Existem técnicas e novas tecnologias para recuperar o pavimento. Não podemos viver sempre com os remendos - afirma o engenheiro.

Borracheiros são os únicos que têm lucros

Pneus rasgados ou rodas tortas devido aos buracos da rodovia. Segundo os borracheiros que ficam às margens da BR-287, não é raro ver essas cenas. Quando chove, então, o número de motoristas empenhados aumenta drasticamente, conforme os profissionais. Nos últimos 20 dias, o aumento do movimento na borracharia de Leodir Rod"